quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Resenha crítica

Pessoal, como finalização segue a resenha crítica feita pelo grupo psicopraxis sobre o tema: Perfil dos pacientes de Cirurgia Bariátrica!!!!

Cirurgia Bariátrica Em Foco
Grupo psicopraxis

A presente resenha trata de um assunto de grande relevância social, obesidade: qual é o perfil dos pacientes de Cirurgia Bariátrica.
Para criar essa resenha, foram reunidas informações a cerca do tema ao longo do projeto, no qual houve a separação de três artigos que acreditamos ser relevante para possíveis esclarecimentos sobre o assunto.
Os textos que serão citados aqui, são de autoria de Magdaleno, Chaim e Turato (2009), Kunkel, Oliveira e Peres (2009), e Felippe, Friedman, Alves, Cibeira, Surita, Tesche (2004).
A obesidade é uma doença crônica que vem aumentando gradativamente ao longo dos anos em todos os lugares do mundo, por isso é preciso que haja uma preocupação constante em relação a essa temática considerada preocupante. Preocupante não somente em questões de saúde e qualidade de vida, mas também em questões sociais, se atendo em preconceitos e discriminação que pessoas obesas sofrem.
Como afirma Felippe, Friedman, Alves, Cibeira, Surita, Tesche (2004), a mídia é um representante de formação de opinião e espalha para a população um padrão de beleza que não condiz com a realidade. Dessa forma, as pessoas buscam seguir o modelo espalhado pela mídia como o mais esbelto, fazendo dietas e utilizando medicamentos para emagrecer. “Mensagens são elaboradas e lançadas ao grupo social. Essas mensagens formam e transformam os modos de pensar e de agir do grupo, ou seja, interferem na cultura local.” Conforme aponta Felippe, Friedman, Alves, Cibeira, Surita, Tesche (2004).
Além dos problemas de saúde, se continuarem acima do peso estipulado e estereotipado, a sociedade os enxergarão como pessoas que não se encaixam no meio social, e que não condizem com os limites impostos pela sociedade atual. Sendo tachados de preguiçosos, desleixados e gulosos.
Sabemos que existem medidas que procuram afastar essa forma de pensar, como lugares preferenciais em ônibus, porém, ainda há muita discriminação perante a obesidade, como exemplo, pagamento de duas passagens áreas para dois assentos, se o passageiro for obeso.
Entretanto, a obesidade acarreta problemas para a saúde como afirmam Kunkel, Oliveira e Peres (2009) quando dizem

... com grandes chances de sofrerem as consequências deste agravo como Diabetes Mellitus, doenças cardiovasculares, doença aterosclerótica, hipertensão arterial, transtornos ortopédicos e articulares, doenças de pele, maior risco cirúrgico, dentre outras complicações.

Kunkel, Oliveira e Peres ( 2009).


Assim, para emagrecer, pessoas obesas, cada vez mais vêm procurando ajuda médica. Tanto por motivos estéticos, quanto para recuperar a saúde ou prevenir uma doença. Estudos apontam que tratamentos clínicos são eficazes para indivíduos com IMC (índice de massa corporal) até o limite de 40kg/m². Mas pacientes muito obesos não tem boa resposta ao tratamento clínico, ou perdem pouco peso ou reengordam com facilidade. Esses pacientes, também conhecidos como obesos mórbidos antigamente não tinham tratamento adequado e continuavam a engordar indefinidamente até falecerem em decorrência das comorbidades de seus pesos e gorduras acumuladas. E é nesse contexto que em meados de 1952, surge a cirurgia de redução de estômago, ou cirurgia bariátrica, com o objetivo de diminuir a fome, causar saciedade gástrica com menor ingestão de alimentos, diminuir o risco de doenças relacionadas à gordura, e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes, tendo o cuidado de preparar o indivíduo psicologicamente para reverter essa fonte de prazer encontrada na comida, para outras atividades, uma vez que a cirurgia, por si só, não age sozinha. O paciente, portanto, tem que estar ciente que seus hábitos alimentares deverão mudar, bem como toda a sua estrutura mudará também. Mas qual a motivação que os obesos têm para se submeter à esse procedimento cirúrgico? Quem se submete a essa cirurgia quer fazer as pazes com o espelho, com a sua saúde, e não mais sofrer com os preconceitos de ser uma pessoa de muito peso, preconceito esse, sofrido desde o próprio lar, perpassando pelas escolas, ambiente de trabalho, nas escolhas amorosas e na sociedade como um todo, como exemplificamos ao longo do projeto em tirinhas e artigos. Mas uma vez, encontramos a atuação psicológica presente nesse contexto, uma vez que algumas pessoas vêem na cirurgia uma chance de se auto afirmarem, melhorando seu convívio no casamento, no emprego, no cotidiano. Mas como já ressaltamos, a cirurgia sozinha não tem esse efeito de transformação, é preciso que o obeso tenha ciência que essas transformações dependem muito mais de sua postura diante das adversidades, do que da mudança de seu corpo. As expectativas precisam ser calibradas, para evitar grandes decepções após a cirurgia, como diz Magdaleno, Chaim e Turato (2009).
O grupo inferiu que primeiramente, é importante que haja a preservação do direito de eqüidade, independente de ser obeso ou não, pois todos somos iguais perante as leis. Mas em um determinado estágio da obesidade, o individuo deve encarar de frente esse problema, procurar ajuda médica e tentar fazer a cirurgia bariátrica ( existem diversos tipos de cirurgias, onde o médico sempre irá procurar o procedimento mais adequado para cada pessoa). Sempre procurando fazer todos os exames solicitados, e de “mãos dadas” com profissionais que cuidem de seu psicológico, para não se perder no meio do caminho, seja em sua nova forma física, ou mesmo no fato de encarar novas formas de comer, viver e superar seus conflitos sociais.

Bibliografia

KUNKEL, Nádia; OLIVEIRA, Walter Ferreira de e PERES, Marco Aurélio. Excesso de peso e qualidade de vida relacionada à saúde em adolescentes de Florianópolis, SC. Rev. Saúde Pública [online]. 2009, vol.43, n.2, pp. 226-235. Epub 13-Fev-2009. ISSN 0034-8910. doi: 10.1590/S0034-89102009005000012.

MAGDALENO JR., Ronis; CHAIM, Elinton Adami e TURATO, Egberto Ribeiro. Características psicológicas de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2009, vol.31, n.1, pp. 73-78. ISSN 0101-8108. doi: 10.1590/S0101-81082009000100013.

FELIPPE, Flávia Maria Lacerda, FRIDMAN,rogério, ALVES, Bianca da Silva, CIBIRA, Grabriela Hermman, SURITA, Lívia Eichenberg, TESCHE, Cínara. Obesidade e Mídia: o lado sutil da informação. Revista acadêmica do grupo comunicacional de São Bernardo. Ano 1, nº 02 (julho/dezembro de 2004).

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